31 October 2006 

Estados Limite / Borderlines


Exposição de Cristina Castro "Estados Limite / Borderlines",

de 6 a 19 Novembro de 2006.

Centro de Cultura e Congressos da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos,

Rua Delfim Maia, 405, Porto (junto ao Jardim da Arca D'Água).

Inauguração dia 6 de Novembro (2ª feira) de 2006 pelas 21h.



Borderlines, de Cristina Castro, permite-nos visualizar deslocações saltitantes desde mielina do neurónio até ao perfil cénico da paisagem dos mares marcianos, cruzando uma relação de deslocação espaço-tempo explicada de forma impossível à lupa experimental das Ciências, vamos submergir em considerações expressivas das formas que moldam todos os componentes da personalidade, do papel psicobiológico da nossa afectividade, de marcadores da relação interpessoal, dos diversos estilos cognitivos e das consequências patológicas do nosso próprio self.
Na expressão da pintora vivemos assentes em limbos falsamente desequilibrados sempre à espera de um empurrão de um lado da dialéctica da existência para nos ampararmos no seu movimento de antítese, rolando sob impulsos contínuos numa linha propositadamente mal definida.
As composições, assentes sob máscaras a camuflar plastias evidentes de perfis imagéticos de massa cinzenta, escondem mensagens subliminares, supra humanas e que permitem uma leitura multidisciplinar, complexa e, simultaneamente aberta a interpretações, que de tão consolidadas tornam-se invisíveis à mente.
Esta exposição, deslocada num espaço paradoxalmente apropriado na sua subjectividade, ilustra um processo coerente, humano, versando sob uma temática real, muitas vezes incompreendida e intencionalmente evitada, raramente abordada desta forma, de um fôlego tão completo,
A existência de duas forças contrárias ilumina o caos de uma explicação simples e racional, a que recorremos para simplificar os elementos metafísicos, para nos reconfortar e descansar sob o nosso desejado refúgio circadiano, e eleva nos em considerações que nos levariam à loucura, ou seja, à verdadeira clarividência refutada por uma imposição social inconsciente da tribo. Uma imposição civilizacional escamoteada, talvez indispensável à ocorrência de uma paz com o cosmos.

19 October 2006 

Tiken Jah Fakoly Y.Odua :"Y'en a marre"

Y'en a marre (Françafrique, 2002)
On en a marre
L'Afrique en a marre marre marre
On en a marre
Le peuple en a marre marre marre
Des journalistes assassinés
Parce que des présidents assassins
Des généraux aux commandes
Des populations opprimées
Des aides aux pays détournées
Des populations affamées
Les fonds du pays dilapidées
Les droits de l'homme ignorés
{au refrain}
Après l'abolition de l'esclavage
Ils ont crée la colonisation
Lorsque l'on a trouvé la solution
Ils ont crée la coopération
Comme on dénonce cette situation
Ils ont crée la mondialisation
Et sans expliquer la mondialisation
C'est Babylone qui nous exploite
{au refrain}
[Yanis Odua:]
Faut qu'on arrete de cautionner
Ca, la vie de nos frères ne compte pas pour cette bande de vanpayas
Stoppons les guerres gardons la foi
Faya sur tous les chefs d'Etat qui nous envoient tuer nos brothers
Ils ne nous respectent pas c'est la même chose pour leurs lois
Ils ne regardent même pas quand le peuple réclame ses droits
Ils ne partagent surtout pas l'argent c'est pas qu' y en a pas
Ils ne font rien pour nos sisters qui se vendent pour vivre dans ce monde-là
{au refrain}
Des présidents assassins
On veut plus
Des généraux aux commandes
On en veut plus
Des enfants militaires
On veut plus
Des orphelins de guerre
On n'en veut plus
{au refrain}
L'Afrique en a marre
De toutes ces machinations
Mon peuple en a marre
De toutes ces manipulations
L'Afrique en a marre
De toutes ces exploitations
Mon peuple en a marre
De toute cette oppression
L'Afrique en a marre

13 October 2006 

Combien tu m´aimes?

more @ voxpopulum

 

3. Crónicas

Lembras-te de Paris?

Arrisquei de chofre um convite inocente aparentemente inapropriado que aceitaste rapidamente para minha estupidez indignada.
Senti-me desavergonhadamente feliz.
Sonhei longos passeios na margem do Sena ao entardecer sob um céu apimentado por nuvens cor de laranja intercalados por azul celeste como um patchwork turco, a pontapear as folhas secas no chão a anunciar a entrada do Outono na sombra da fachada da antiga gare de Orsay, junto às lojas improvisadas de alfarrabistas de quem sempre desconfiei a originalidade, a folhear Paris-Match dos anos cinquenta com Fórmulas 1 em forma de charuto, a ameaçar atravessar a capa a toda a velocidade, apoiado pelo teu sorriso e o som do murmúrio da tua voz a cantarolar uma melodia sinónimo de uma felicidade que não escondes desde que abandonamos o aeroporto, enquanto apoias despreocupadamente uma imitação dos antigos anúncio em latão de queijos triangulares, que me recordavam as visitas domingueiras à província, ou de papas para latentes que não me lembro de me empanturrarem a horas certas.
(Haveria de partilhar isso contigo, porque sei que despertaria o teu interesse mais tarde enquanto degustavamos um capuccino ou um chá quente de menta num café de esquina da Rua de Rennes)
Imaginei longas conversas convergentes no bistro que acompanhava o nosso hotel afogados nos palmiéres estaladiços e croissants frescos recheados de chocolate derretido, sob notas de acordeão saídas da estação de metro enroladas no ferro art deco, enquanto partilhávamos uma troça benevolente dos casais com ar de intelectuais que se sentavam nas outras mesas camuflados pelos arbustos tropicais que negligentemente cresciam no jardim. Imitávamos a sua conversa com um acento francês falsamente snob sobrepondo aos seus gestos discussões poeirentas sob as cores primárias preferidas dos impressionistas, ou do traço genial que rompeu no cubismo.
Alimentei-me de visitas deliciosamente intermináveis aos museus, intercaladas por lanches agasalhados nas chaise longues que ainda se mantinham teimosamente nas Tulherias a observar, entre dentadas alternadas de sushi ou sashimi, o grupo de idosos que, com movimentos delicados de tai-chi, cortavam a brisa gélida numa ginástica lenta e rejuvenescedora, ou deitados na relva da Place des Vosgues a apreciar uma lição de pintura de uma academia para adolescentes, e depois sentados nas cadeiras verdes e inclinadas do jardim do Luxemburgo a avistar batalhas marítimas no grande lago circular entre fragatas e mini veleiros engalanados empurrados por crianças com sorrisos desafiadores.
Não me esqueceria de sorrateiramente coleccionar bilhetes, recibos ou postais onde secretamente desenhava a data para muito mais tarde te surpreender e te perguntar a mil léguas de distância:
Lembras-te de Paris?

05 October 2006 

BLUR - out of time

For some unknown reason I always appreciated very much this music video...