1. Crónicas
A valsa do amor...
A Maria era uma mulher divorciada indisciplinada, irreverente por causa nenhuma. Secretária numa firma de advogados da Avenida Estados Unidos da América, que detestava secretamente a sua vizinha de trabalho para quem praguejava disfarçadamente sempre de sorriso aberto. Nunca dispensava no intervalo religioso da manhã o chocolate quente intragável da máquina de café, que bebia de um único trago enquanto sorvia meio cigarro já humedecido a olhar perdidamente para o mofo do ar condicionado. Era supersticiosa nata, ao ponto de todas as 3ªs sextas feiras do mês vestir uma peça de cor vermelha, vermelha não, encarnada. Sempre irritada com o excesso de peso e ausência de cintura da sua juventude. Julgava se azarenta e gostava de almoçar sozinha e anónima numa praça de restauração de um centro comercial enquanto ouvia o hip-hop burgês da nova geração de rappers dos subúrbios e sentia um prazer incompreensivel ao escutar os anúncios ilógicos da rádio.
O António era um fantasista platónico. No trajecto para o trabalho vivia um amor em Acapulco com a empregada do café que lhe servia os croissants (o António nunca tinha ido a Acapulco) para logo se enamorar nos alpes Suíços com a motorista do eléctrico, (o António nunca tinha visitado a Suíça, ou melhor conhecia a pastelaria Suíça do Rossio onde ia espreitar os turistas na esplanada) e apaixonar-se perdidamente num bar polinésio do Nordeste Brasileiro pela estudante estravagante que se ajoelhava na caixa automática do Cais do Sodré para levantar o bilhete do metro (o António nunca tinha ido à Polinésia, mas já tinha visitado Belo Horizonte com um grupo de amigos do Norte). Era um amor platónico repetido nos 45 minutos até picar o ponto na Torre do Tombo. No pico da sua esquizofrenia visitava enamorado cinco vezes cinco continentes até chegar estafado à estação do Campo Grande.
O António e a Maria encontraram-se por coincidência numa fila de pseudo junk food de comida saudável ambos de tabuleiro empranchado a escolherem toppings plastificados.
O António não se apaixonou. A Maria vestia uma saia vermelha. Vermelha não...
A Maria era uma mulher divorciada indisciplinada, irreverente por causa nenhuma. Secretária numa firma de advogados da Avenida Estados Unidos da América, que detestava secretamente a sua vizinha de trabalho para quem praguejava disfarçadamente sempre de sorriso aberto. Nunca dispensava no intervalo religioso da manhã o chocolate quente intragável da máquina de café, que bebia de um único trago enquanto sorvia meio cigarro já humedecido a olhar perdidamente para o mofo do ar condicionado. Era supersticiosa nata, ao ponto de todas as 3ªs sextas feiras do mês vestir uma peça de cor vermelha, vermelha não, encarnada. Sempre irritada com o excesso de peso e ausência de cintura da sua juventude. Julgava se azarenta e gostava de almoçar sozinha e anónima numa praça de restauração de um centro comercial enquanto ouvia o hip-hop burgês da nova geração de rappers dos subúrbios e sentia um prazer incompreensivel ao escutar os anúncios ilógicos da rádio.
O António era um fantasista platónico. No trajecto para o trabalho vivia um amor em Acapulco com a empregada do café que lhe servia os croissants (o António nunca tinha ido a Acapulco) para logo se enamorar nos alpes Suíços com a motorista do eléctrico, (o António nunca tinha visitado a Suíça, ou melhor conhecia a pastelaria Suíça do Rossio onde ia espreitar os turistas na esplanada) e apaixonar-se perdidamente num bar polinésio do Nordeste Brasileiro pela estudante estravagante que se ajoelhava na caixa automática do Cais do Sodré para levantar o bilhete do metro (o António nunca tinha ido à Polinésia, mas já tinha visitado Belo Horizonte com um grupo de amigos do Norte). Era um amor platónico repetido nos 45 minutos até picar o ponto na Torre do Tombo. No pico da sua esquizofrenia visitava enamorado cinco vezes cinco continentes até chegar estafado à estação do Campo Grande.
O António e a Maria encontraram-se por coincidência numa fila de pseudo junk food de comida saudável ambos de tabuleiro empranchado a escolherem toppings plastificados.
O António não se apaixonou. A Maria vestia uma saia vermelha. Vermelha não...
Xiça!... Saiu-me em 5 minutos... Parece que ando a ler muita revista light cor de rosa...
Posted by status | 01:40
Just a MOOD ??!!!Por vezes "escapam" coisas um pouco doidas ...mas que tambem valem a pena...!!!!!!
Posted by clara s. | 03:30